É o preparo  do colo uterino de modo artificial, além de estimulação de contrações uterinas antes de seu início espontâneo. Este processo leva ao desencadeamento do trabalho de parto. Só podemos falar em indução de trabalho de parto e parto após a 22ª semana de gestação.

Para sabermos como iniciar preparo de colo e indução do parto, é necessário avaliar o índice de Bishop.

Quando o índice de Bishop é menor do que 6, a indução com ocitocina não é indicada.

Métodos de preparo de colo uterino:

 

  • Descolamento de membranas ovulares:

Separação das membranas da parede interna do útero através do toque vaginal. Um dedo é introduzido através do toque vaginal entre a parede interna do útero e a bolsa de líquido e esta é descolada do útero. Para isso é necessário que haja ao menos dilatação do colo do útero de um dedo. Este procedimento promove liberação de uma substância chamada prostaglandina , que é responsável pelo desencadeamento de contrações.  Pode ser preciso fazer o descolamento mais de uma vez, a depender da maturidade do colo uterino.

  • Sonda de Foley ou método de Krause:

Inserção da sonda ultrapassando o orifício interno do colo uterino, enchimento do balão e tração por fixação da sonda à perna da gestante. O mecanismo de ação é duplo, por ação mecânica e por liberação de prostaglandinas devido à separação do córion da decídua. A sonda é a mesma utilizada para sondagem vesical, após cesarianas ou outras cirurgias. No entanto, ao invés de a sonda ser introduzida na bexiga, é introduzida através do colo uterino.

  • Misoprostol:

É um tipo de prostaglandina (análogo sintético da prostaglandina E1). Prostaglandinas são substâncias que promovem o desencadeamento das contrações.

Técnica: administra-se um comprimido via vaginal, em fundo de saco posterior (no fundo da vagina. Caso haja dilatação pode ser introduzido dentro do colo uterino.

Normalmente repete-se o procedimento até que a mulher apresente contrações efetivas.

 

  • Ocitocina:

Depende dos níveis de estrógeno circulante (aumento de receptores). Não apresenta boa resposta quando utilizada em casos de índice de Bishop menor do que 7. (colo imaturo).

 

  • Outros Métodos:

Acupuntura, balão cervical duplo, laminária, outras protagladinas.

 

Indicações para indução de parto:

 

  • Pré-eclâmpsia:

Se pré-eclâmpsia leve é possível aguardar até 40 semanas. É possível induzir o parto antes de 40 semanas se pré-eclâmpsia grave. Idealmente avaliar com a gestante  o momento correto de iniciar o trabalho do colo para que haja tempo hábil de efetuar o parto normal antes que a pré-eclâmpsia se agrave.

 

  • Gestação prolongada :

Reduz aspiração meconial  e  mortalidade perinatal

 

  • Diabetes gestacional:

Reduz risco de macrossomia fetal, reduzindo por sua vez o risco de distócia de ombro. Deve ser realizada em casos de glicemia mal controlada. Mulheres com diabetes não devem tentar a via de parto vaginal se feto tiver mais de 4.500g à ecografia.

 

  • Rotura Prematura de Membranas:

A Organização Mundial de Saúde recomenda fortemente indução de parto em gestantes com rotura prematura de membranas (antes do início do trabalho de parto e em gestações de termo). Idealmente a indução deveria começar em até 24 horas após a rotura.

 

  • Demais indicações:

Colestase intra-hepática, óbito fetal, trombofilia, insuficiência placentária, restrição de crescimento intrauterino