Humanizar é dar condição humana, é focar no binômio mãe x bebê, é ter uma visão holística, é respeitar a natureza do corpo.
Humanizar o parto é dar o protagonismo do trabalho de parto e parto de quem é de fato, a mulher. Os profissionais estarão presentes para intervir CASO NECESSÁRIO. Todos os procedimentos são discutidos antes de serem realizados.
A humanização do parto e puerpério permite a presença da doula, do acompanhante, evita partos com intervenções, utiliza-se de analgesia somente se realmente for desejada, evita excessiva medicalização dos partos e tem como consequência a diminuição das taxas de cesarianas.
Os 3 pilares da humanização do parto são:
- Atendimento e preparação psicofísica do casal ou da mulher por uma equipe multidisciplinar
- Respeito ao processo fisiológico do nascimento
- Respeito aos valores culturais do casal
O casal deve estar bem preparado e integrado com todo o ciclo gravídico-puerperal, de modo a vivenciar uma gestação saudável, acolhendo a “dor do parto” como sua maior aliada, e transformando seu parto num parto ativo. Assim, teremos mulheres realizadas, bebês saudáveis, amamentação facilitada e melhores vínculos familiares.
Parto Normal Tradicional | Parto Normal Humanizado |
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Gestação é interrompida às 40 semanas por cesariana ou indução. | Início espontâneo, se ultrapassar 40 semanas são feitos mais exames. |
Trabalho de parto costuma ser acelerado com ocitocina, ruptura artificial da bolsa. | Trabalho do parto acontece naturalmente, assim como a ruptura da bolsa. |
A mulher permanece deitada na cama e depois na maca, geralmente conectada a um aparelho para monitorar os batimentos do bebê. | A mulher movimenta-se livremente e escolhe a melhor posição para parir. Batimentos são auscultados intermitentemente. |
Anestesia é sempre feita em hospitais privados. | A mulher é incentivada a usar métodos não farmacológicos para alívio da dor, como massagens, óleos, banhos mornos, banheira.
Presença da doula essencial também para suporte psicológico. Caso a mulher deseje, uma analgesia será feita preservando a capacidade de movimentação. |
A episiotomia é sempre realizada. | A episiotomia não costuma ser realizada. |
O cordão umbilical é imediatamente cortado e o bebê é recebido longe da mãe. Várias intervenções são realizadas (aspiração de vias aéreas, aplicação do colírio de nitrato de prata). | O cordão só é cortado após parar de pulsar. O bebê vai para os braços da mãe, sendo enxugado e coberto com panos aquecidos. A amamentação é estimulada já neste momento. |
O Médio faz o parto. | A Mulher faz o parto, a equipe acompanha e intervém quando necessário. |
Equipe do parto: Atendimento centrado no médico, com serviço “engessado” por protocolos hospitalares e rotinas antiquadas (médico+anestesista+neonatologista+instrumentadora). | Equipe do parto: Atendimento humanizado, com equipe multidisciplinar centrada na mulher, com serviço individualizado e baseado em evidências científicas (médico+neonatologista+doula) |
O empoderamento é um neologismo originado da palavra “empowerment”, que significa delegar poder. Em se tratando de gestantes, significa permitir que cada mulher seja a protagonista de seu parto e que seu direito de parir seja resgatado com riqueza e plenitude. O empoderamento deve ser entendido como um processo pelo qual podem acontecer transformações nas relações sociais, culturais, econômicas e de poder.
O Empoderamento feminino vem construindo novos mecanismos de responsabilidades coletivas, de tomada de decisões e responsabilidades compartidas. A mulher empoderada para o parto saberá o que se passa em seu corpo neste momento único e assim terá força para enfrentar os obstáculos externos e internos.
O poder resgatado e conquistado a fará autônoma e capaz, suas escolhas serão respeitadas para que possa parir enfrentando os medos e as dificuldades do processo.