A população brasileira na faixa acima de 60 anos segundo o IBGE em 2017 era de 30 milhões de pessoas, sendo que 17 milhões são mulheres. Houve um aumento de 19% de 2012 a 2017 de pessoas nesta faixa etária.

População brasileira total hoje é de 207 milhões.

A expectativa de vida do brasileiro em 1960 era de apenas 48 anos. Hoje é de 74,7 anos.

Mulheres na pós menopausa desejam e merecem ter vidas plenas, o que inclui o exercício da sexualidade.

A palavra menopausa vem do grego mens (mês) e pausa (parada). Menopausa é o último período do ciclo reprodutivo feminino. Ela ocorre habitualmente entre 45 e 55 anos. Quando a mulher está há um ano sem menstruar, considera-se que ela está na menopausa.

Climatério, por sua vez, origina-se da palavra klimakter, que significa crise.

O climatério é um período que costuma ser muito temido pelas mulheres, por suas características, que são: ondas de calor (fogachos), suor, palpitações, “formigamento”, dor de cabeça, vagina seca, insônia, vertigem, humor lábil, nervosismo, irritabilidade, diminuição da libido, falta de concentração, perda de confiança e dificuldade de tomar decisões. Muitas vezes o climatério é confundido pelos profissionais de saúde com depressão e são prescritos antidepressivos, que não melhoram os sintomas.

De três a cinco anos após a instalação da menopausa, percebe-se em 15 a 40% das mulheres atrofia genital, com coceira e “queimação”, secura, corrimento, sangramento e dor às relações. Podemos observar também incontinência urinária, maior tendência a infecções urinárias e perda da elasticidade da pele.

Quando a menopausa ocorreu há mais tempo (de oito a dez anos), há maior risco de osteoporose, doenças cardiológicas e de AVCs (derrames).

O exercício da sexualidade é essencial para que para as relações interpessoais se mantenham saudáveis, para manutenção da autoestima, uma vez que a sexualidade está presente em todas as fases da vida.

Cabe ao ginecologista da mulher indagar acerca da vida sexual desta, para que ela se sinta à vontade para falar sobre o tema.

Muitos ginecologistas não perguntam sobre a esfera sexual por não se sentirem capacitados para resolver questões nesta esfera.

Quando se trata de uma mulher que já não está em idade reprodutiva, este diálogo pode tornar-se ainda mais difícil. De um lado o médico pode sentir que estaria ofendendo a paciente caso indagasse sobre aspectos da sexualidade, de outro a própria mulher pode temer sentir-se mal interpretada caso tente tirar dúvidas. Neste momento abre-se um grande hiato na comunicação e a mulher sente-se isolada com suas dúvidas não respondidas.

Dentre as alterações fisiológicas da pós menopausa, estão a queda das taxas hormonais (estrógeno e progesterona), diminuição do colo uterino, do útero e dos ovários, menor espessura e elasticidade da vagina e menor lubrificação vaginal.

Há alterações na fase de excitação da mulher também.

A resposta sexual é mais lenta, há menor vasocongestão genital (menos sangue chega à região, menor tensão sexual por perda da massa muscular, a vagina não se expande como antes e a lubrificação é mais sutil. A dificuldade na lubrificação pode levar a um coito doloroso.

Por isso, algumas adaptações são necessárias.

As preliminares devem ser mais longas, o uso de lubrificantes íntimos a base de água é uma boa opção. Quando o casal é da mesma faixa etária, também o pênis do parceiro pode demorar mais para atingir a ereção, que não será a mesma da juventude.

Na fase de orgasmo também há mudanças. Embora a reposta clitoridiana esteja intacta, o orgasmo é menos intenso, com contrações vaginais mais fracas.

Na fase de resolução (após o orgasmo) há um tempo maior de retorno ao estado pré-estímulo, redução da capacidade multiorgástica, irritação fácil do clitóris devido à redução do tecido adiposo e pode haver sintoma de cistite se coito demorado ou repetido em intervalo curto de tempo (cistite de lua-de-mel).

Sempre após a relação, em qualquer fase da vida, a mulher deve se lembrar de urinar, para impedir que bactérias subam pela uretra (o canal que leva a urina para fora).

Quanto aos aspectos psicológicos, podemos ter alterações da qualidade de vida por doenças, depressão (pode ocorrer de 10 a 43% nesta idade), alteração de auto-imagem, sensação de rejeição, solidão, perda de amigos e parentes, síndrome do ninho vazio, mudança de papel na sociedade.

Mas as mudanças podem ser positivas! Para isto é necessário que haja autoaceitação e autoconhecimento, aceitação e respeito ao próximo e projetos de vida.

Com o aumento da expectativa de vida as pessoas estão passando cada vez mais tempo no que se convencionou chamar de terceira idade. Esta fase pode ser plena, de sabedoria, gozo e alegria de viver.