A história do meu parto se iniciou muito antes da gestação, quando após 2 perdas gestacionais, fiz o diagnóstico de uma trombofilia. Como obstetra e devota do parto humanizado, nunca tive dúvidas de que queria um parto normal. E este parto normal deveria ser da forma mais natural possível, como sempre acreditei e vicenciei na minha prática clínica. Morando atualmente em Itatiba, inicialmente solicitei todos os exames e estava apresentando um pré natal sem grandes intercorrências.
Quando, num ultrassom de rotina, com 28 semanas, foi diagnosticada agenesia renal fetal à esquerda e artéria umbilical única. Por conta deste resultado e da possibilidade de alguma restrição de crescimento fetal, optei por ter o parto em Campinas e, mais especificamente na Maternidade de Campinas, com um profissional que compartilhasse as mesmas que crenças que eu e que estivesse, de fato, envolvido na humanização. Através de muitos relatos de parto e também de referências nos grupos de parto humanizado, marquei minha primeira consulta com Dra. Priscila.
Tínhamos a Unicamp e a humanização em comum e desde a primeira vez me senti amparada e respeitada. Discutimos riscos, benefícios e, principalmente, tive certeza de que estava com a pessoa certa para compartilhar o sonho de um parto natural, para mim e para o bebê. Por causa da trombofilia optamos por iniciar indução com misoprostol com 39 semanas e, mesmo com todo medo que acompanha o início da indução, depois de mais ou menos 24 horas que fui internada na maternidade, meu filho nasceu de parto normal, no dia04/08/2016, na posição que eu escolhi, com as pessoas mais capacitadas para isso.
Durante o pré natal e trabalho de parto, uma doula de minha escolha ficou ao meu lado. No dia 03/08/2016, minha bolsa rompeu espontaneamente e entrei em contato com a minha doula pois as contrações estavam ritmadas e eu entrava na fase ativa do trabalho de parto.
Chegando na recepção da maternidade, minha doula foi impedida de entrar, mesmo eu avisando na recepção e mesmo com os novos regulamentos da participação de doulas nos hospitais. Felizmente, minha obstetra interveio e esse contratempo se resolveu. Toda evolução do trabalho de parto e o parto finalmente foi a realização de um grande sonho, como mulher, como obstetra, como defensora da humanização. E a Dra Priscila me apoiou neste momento, vivenciou este projeto comigo e não poderia ser mais grata da minha escolha, com a certeza de que o resultado foi possível principalmente pela participação dessa pessoa incrível.