Autora:
Priscila Huguet CRM 94155, médica ginecologista e obstetra formada pela UNICAMP.
Instagram @partoeprazer
Coronavírus (COVID-19)
O que é um coronavírus?
Uma grande família de vírus que pode provocar doenças em animais e em humanos. Em humanos podem causar desde um resfriado comum até doenças mais graves como a SARS (Sindrome Respiratória Aguda Grave).
Covid-19 é a coronavírus mais recentemente descoberto. O paciente zero foi em Wuhan, na China, em dezembro de 2019.
Quais são os sintomas mais comuns?
Febre, cansaço e tosse seca.
Alguns pacientes podem desenvolver dores, congestão nasal, coriza, dor de garganta e diarreia.
Os sintomas costumam ser suaves e gradativos.
Muitos desenvolvem a infecção e permanecem assintomáticos (os dados mais recentes falam que 79% das infecções por Covid-19 são assim).
80% das pessoas se recuperam da doença sem necessitar de qualquer tratamento especial. Uma pessoa contaminada infecta, em média, duas pessoas, que vão infectar quatro, que vão infectar oito. Isto é conhecido como progressão geométrica. É o que acontece quando nenhuma medida para a contenção é tomada. Uma em cada seis infectados ficará gravemente doente, com dificuldade para respirar, sobretudo os idosos e/ou com doenças preexistentes como pressão alta, diabetes ou cardiopatias.
Quem deve procurar atendimento médico?
Pessoas com dificuldade respiratória, tosse e febre.
Quanto dura o período de incubação?
De um a quatorze dias, em média cinco dias. Aqui no Brasil, no entanto, observou-se que o período de encubação é mais curto, de três a oito dias. Por isso um dos mais famosos infectologistas brasileiros, David Uip, está propondo quarentena de dez dias ao invés de quatorze, como tem sido feito em outros países em que a doença chegou antes.
Quarentena é a reclusão de indivíduos pelo período máximo de incubação da doença, contado a partir da data do último contato com um doente ou portador, ou da data em que esse indivíduo sadio abandonou o local em que se encontrava a fonte de infecção.
Como o vírus é transmitido?
Principalmente através de contato com gotículas respiratórias, quando a pessoa infectada tosse.
Isto pode ocorrer em estágios iniciais, quando a pessoa não se sente doente.
Precauções para não se infectar:
Sempre lave as mãos com água e sabão ou as limpe com álcool gel pois isto mata os vírus que podem estar nas suas mãos.
Mantenha uma distância de 1 metro entre você e qualquer pessoa tossindo ou espirrando, pois ela pode espalhar gotículas contendo o vírus.
Evite tocar seus olhos, nariz e boca, pois suas mãos podem ter encostado em superfícies contaminadas. Ao tocar o rosto, a mão transfere os vírus para os olhos, nariz e boca e ele entra no seu organismo.
Uma ideia que tem sido disseminada é a de usar a mão não dominante quando for impossível não tocar uma superfície, já que o ato de tocar o rosto muitas vezes é reflexo e é feito com a mão dominante.
Outras medidas interessantes são empurrar a maçaneta das portas com antebraço, empurrar a porta com o pé, abrir portas anti-incêndio com o corpo.
Certifique-se de que as pessoas à sua volta têm boa higiene/etiqueta respiratória, ou seja, cobrem a boca e o nariz com o cotovelo ou com um lenço descartável ao tossir ou espirrar. O lenço deve ser jogado no lixo imediatamente após o uso.
Se possível, mesmo assintomático, fique em casa. Quanto menos se circula, menos se espalha o vírus e há também menos risco de se contaminar.
Caso você apresente tosse E febre E dificuldade para respirar, procure o serviço de saúde o quanto antes. Assim haverá informações mais atualizadas sobre a situação na sua área e você será tratado adequadamente de acordo com a gravidade do seu caso. Além de te proteger impede a disseminação do vírus. Informe se você viajou, para onde e com quem teve contato.
Evite viajar para áreas com maior taxa da doença, especialmente se você for idoso ou tiver doenças como diabetes, cardiopatias ou afecções pulmonares.
Isole-se ficando em casa se começar a se sentir mal, ainda que seja com sintomas leves como dor de cabeça, febre baixa e coriza, até a recuperação completa. Caso seja imprescindível sair, use máscara para não infectar outras pessoas.
A doença tende a ser leve em adultos jovens e em crianças, mas se estes adultos e crianças infectarem idosos, estes podem ter a forma grave da doença.
Não há vacinas ou antirretroviral específico para prevenir ou tratar o Covid-19 (a vacina já vem sendo testada em alguns países mas calcula-se que levará um ano até que ela de fato exista). Há, no entanto, tratamento sintomático para os doentes.
Quem deve usar a máscara? E como é o uso correto?
Só use a máscara se você tiver sintomas, caso contrário você a estará desperdiçando e elas já estão em falta. Ela deve ser usada apenas uma vez.
A máscara também deve ser usada pelos profissionais de saúde e cuidadores.
Antes de tocar a máscara, você deve lavar as mãos ou limpa-las com álcool gel.
Observe se a máscara tem furos ou rasgos.
Confira qual é o lado correto, que é o colorido, e se ela não está de ponta-cabeça (a parte de metal é a superior).
Coloque a máscara no rosto. Aperte a parte metal na parte superior do seu nariz, para que se adeque corretamente a ele.
A máscara deve cobrir o nariz, a boca e o queixo.
Após o uso, descarte a máscara tomando o cuidado para que ela não encoste em nenhuma superfície antes de ir para o lixo.
Após o descarte lembre-se de lavar as mãos ou de limpa-las com o álcool gel.
E em relação às gestantes?
Como trata-se de um vírus novo, pouco de sabe sobre o impacto em gestantes.
Aparentemente a doença não evolui com mais gravidade em mulheres grávidas e os sintomas tendem a ser de leves a moderados.
Não parece haver mais risco de abortamento ou de outras complicações como malformações fetais mas pode haver partos pré-termos. Os dados são muito limitados e não se tem certeza de que é a infecção que leva ao parto prematuro.
Um estudo com nove mulheres grávidas infectadas mostrou que nenhum bebê foi infectado e o risco de transmissão para os fetos parece ser muito baixo.
Mulheres infectadas que amamentam devem ser encorajadas a manter a amamentação, seguindo a etiqueta respiratória e usando máscaras.
Viagens devem ser evitadas!
Gestantes que viajaram para algum país afetado pelo Covid-19 nos últimos 14 dias ou que tiveram contato próximo com um indivíduo com infecção confirmada devem ser testadas mesmo se assintomáticas.
Gestantes assintomáticas com infecção confirmada em laboratório devem se automonitorar em casa por pelo menos 14 dias.
Gestantes com pneumonia da Covid-19 devem ser tratadas por uma equipe multidisciplinar em um centro de atendimento terciário.
A via vaginal para o parto deve ser a preferencial, mesmo em gestantes com infecção confirmada e o momento do parto deve ser individualizado.
Recém-nascidos de mães positivas para Covid-19 devem ser isolados por pelo menos 14 dias.